segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Intervenção de Apresentação Programa Eleitoral Concelhio - Biblioteca José Saramago 11/09/09


Caros amigos e camaradas,


Estamos exactamente a 1 mês das eleições autárquicas e a pouco mais de 2 semanas das legislativas.

Após as eleições europeias de Julho, que se saldaram numa derrota do Partido Socialista, os portugueses vão ser de novo chamados a votar e a dizerem se querem manter o rumo que a maioria absoluta do PS imprimiu ao País ou se preferem coisa diferente.

É já no próximo dia 27 que temos a oportunidade de ajustar contas com as políticas que aumentaram as desigualdades sociais (há hoje em Portugal 2 milhões de pobres); que permitiram aos principais grupos financeiros e do sector da energia arrecadarem em apenas 3 anos, lucros de 16.784 Milhões de Euros, num contexto de crise e dificuldades para as famílias e empresas.

Políticas que ao invés dos 150 000 novos postos de trabalho prometidos há 4 anos, contribuíram para a existência de mais de 600 000 pessoas no desemprego.

Políticas que fizeram com que hoje no nosso país, 1 em cada 4 trabalhadores seja precário; que aumentaram a idade de reforma e diminuíram o valor real das pensões; que aumentaram o IVA; que encerraram serviços públicos (escolas, maternidades e urgências); que mantiveram um sistema de Justiça lento, que favorece os ricos e poderosos e que exclui, por via económica, os deserdados da sorte.

Numa clara demonstração de insensibilidade social, mas clarificador das suas opções políticas, o governo do Partido Socialista negou o acesso ao subsídio de desemprego a 300 000 portugueses. Mas concedeu ajudas financeiras a bancos que se haviam dedicado a actividades especulativas, em montantes superiores aos necessários ao pagamento do subsídio a todos os que foram excluídos do seu recebimento.

Pode alguém em consciência e de boa fé dizer que são de esquerda estas políticas?

São muitos os portugueses que viram o seu anseio de mudança defraudado pela prática de um partido que sendo de esquerda, governou à direita, sentindo-se hoje justamente enganados.

Enganados pelos que, de novo, lhe pedem o voto argumentando despudoradamente com o perigo da vitória da direita nas próximas eleições.

Face à experiência concreta da governação dos últimos anos, importa não repetir no futuro a experiência do passado, importa impedir uma maioria absoluta do PS nas próximas eleições, mas importa também travar o avanço do PSD e do PP que nada têm de novo a oferecer ao País.

Esse objectivo só pode ser atingido de uma maneira: mais votos e mais deputados da CDU no próximo dia 27. Essa é a única garantia para uma efectiva mudança política no País.

Caros amigos,

O Programa Eleitoral concelhio que a CDU acaba de dar a conhecer é uma proposta séria, de uma força política responsável, que se apresenta ao eleitorado como alternativa credível para a gestão futura do Município.
Este documento condensa as nossas propostas para um concelho melhor.

Na sua elaboração participaram eleitos e activistas da Coligação, com a sua experiência e ligação à vida do concelho, contribuíram as opiniões recolhidas nas 5 centenas de respostas aos inquéritos que oportunamente lançamos à população e também as muitas visitas que fizemos a localidades, empresas, colectividades, comerciantes, associações de moradores e instituições sociais.

O nosso Programa apresenta um projecto de desenvolvimento para o concelho assente na participação das pessoas, numa cidadania responsável, na defesa dos interesses e direitos das populações, na elevação das suas condições de vida e na resolução dos problemas locais numa perspectiva de progresso e desenvolvimento.

A CDU propõe aos eleitores uma VIDA NOVA PARA LOURES.

Vida nova pressupõe mudar a realidade actualmente existente, que não aceitamos como boa ou inevitável.

Por isso apresentámos hoje aqui, e antes de qualquer outra força política, ideias para romper com a situação a que a gestão PS conduziu o Município:
  • Um concelho subalternizado no contexto da Área Metropolitana de Lisboa, em que os problemas sociais se agravaram, o desemprego cresceu, aumentaram as desigualdades e a pobreza, em que se avolumou a insegurança e encerram serviços de saúde.
  • Um concelho em que a Câmara Municipal está sempre pronta a ceder à pressão imobiliária e pouco atenta à defesa do interesse colectivo.
  • Um concelho que desinvestiu na cultura, no desporto, nas políticas de juventude e no apoio ao associativismo.
  • Um concelho de que quando se ouve falar é quase sempre pelos piores motivos.

A CDU no seu Programa Eleitoral, propõe a mudança, propõe a ruptura:
  • Com a baixíssima taxa de cobertura actualmente existente na educação pré-escolar que dá resposta a apenas 30% das necessidades.
  • Com a falta de apoios à inclusão dos cidadão com deficiência.
  • Com a insuficiência das respostas sociais às necessidades dos mais idosos.
  • Com a inexistência de um programa de construção e remodelação de escolas do 1.º ciclo que permita, a prazo, a generalização do horário normal.
  • Com a ausência de investimento na criação de novos equipamentos culturais e com o desinvestimento na concretização de infra-estruturas e projectos de formação e desenvolvimento desportivo.
  • Com a falta de transparência e critério nos apoios concedidos ao Movimento Associativo.
  • Com a ausência de uma verdadeira política de juventude capaz de apoiar os jovens criadores e investigadores e o associativismo informal.
  • Com uma política de ordenamento do território e urbanismo que favorece o crescimento do betão e que viabiliza construção em áreas que deviam estar sujeitas a severas restrições por motivos ambientais, patrimoniais ou por estarem destinadas a equipamentos desportivos e de lazer.
  • Com a inexistência de política municipal de habitação e de acções capazes de apoiar o pós-realojamento e a gestão eficaz dos bairros sociais.
  • Com a inexistência de uma estratégia para o município no domínio dos Transportes Públicos e da Mobilidade.
  • Com a inexistência de uma política do Ambiente que crie uma rede de Parques Verdes. Que aposte de forma mais decidida numa gestão ambientalmente adequada dos resíduos sólidos, na utilização racional da energia, no uso de energias alternativas e no combate às alterações climáticas.
  • Com a ausência de políticas que valorizem o espaço público e a requalificação urbana, capazes de tornarem as localidades mais atraentes e de melhorarem a qualidade de vida dos seus habitantes.
  • Com a inexistência de uma estratégia visando aumentar as vantagens competitivas de Loures e com a ausência de políticas capazes de apoiar as empresas e agentes económicos existentes e de atrair novos investimentos ao município, gerando emprego e criando riqueza.
  • Com uma prática que pouco investe na melhoria do funcionamento dos serviços municipais e na sua acessibilidade e que desvaloriza o papel dos trabalhadores.
  • Com uma política de impostos e taxas que sobrecarrega desnecessariamente o depauperado orçamento das famílias.
  • Com a subserviência e servilismo ao Poder Central, quando estão em causa os interesses de Loures em áreas que dependem do Governo, como a Saúde, a Segurança, ou os grandes projectos nacionais com impacto no território concelhio, prática que tem caracterizado a actual gestão.
  • Com o compadrio na indiscriminada admissão de assessores para eleitos e administradores na Câmara e Serviços Municipalizados.
  • Com o desperdício que vigora no Município, bem visível em áreas como o subaproveitamento de recursos humanos e máquinas, nas perdas de água na rede, que ascendem já aos 35%, e nos gastos absolutamente imorais em viaturas de alta cilindrada ou nas aquisições de luxuoso mobiliário para os gabinetes dos eleitos.
  • Com uma prática que faz tábua rasa da opinião das pessoas e que está convencida do alto do seu farfalhudo bigode, que só há uma razão, a sua, e que quem não é por si, é contra si…

A CDU propõe uma ruptura com tudo isto porque sabemos que é possível e é urgente, uma prática e uma política diferente:
  • Queremos um concelho com qualidade de vida, socialmente equilibrado, urbanisticamente sustentável, gerador de emprego qualificado e que seja uma referência cultural, desportiva e ambiental na Área Metropolitana de Lisboa e no País.
  • Queremos um concelho em que a opinião das pessoas conte.
  • Queremos um concelho solidário.
  • Queremos um município desenvolvido e governado para todos, com politicas de ordenamento e urbanismo que defendam e valorizem o território, que aposte no ambiente e na sustentabilidade, que valorize o espaço público, que crie emprego e seja capaz de atrair empresas, que tenha uma gestão municipal rigorosa e transparente.
  • Queremos uma Câmara Municipal capaz de, em qualquer circunstância, defender os interesses do Concelho.
Para tudo isto a CDU tem propostas e construiu um Programa Eleitoral que lhes dá corpo.

O nosso Programa propõe a mudança de rumo e estabelece objectivos e acções concretos para a fazer e constituirá, caso a população entenda confiar-nos a maioria no próximo dia 11 de Outubro, um documento orientador da actividade do Município.

O documento que aqui hoje demos a conhecer constitui um compromisso com a população, capaz de garantir as melhores soluções para os problemas do concelho de Loures e uma gestão democrática e participada das suas autarquias.

Camaradas e amigos,

Hoje com esta apresentação demos mais um passo no percurso para as eleições autárquicas de 11 de Outubro.

Um percurso que não é fácil e em que os nossos adversários estão e vão continuar a utilizar todos os meios para chegarem aos seus objectivos e nos impedirem de atingirmos os nossos.

O arsenal é vasto e inclui meios financeiros incomparavelmente superiores aos nossos, a utilização de recursos institucionais para fins propagandísticos (que chegam a atingir o anedótico como no já célebre caso do anúncio do futuro crematório do cemitério de Camarate, que nos profetiza que o futuro está ali!), Inaugurações a preceito de obras de conservação e ligeiras melhorias de equipamentos construídos durante a gestão da CDU, como aconteceu recentemente nas Piscinas Municipais de Loures e sobretudo a disseminação de muita promessa fácil e demagogia, contando com a presença de membros do Governo como tem vindo a acontecer nas últimas semanas.

A poucos dias das eleições chegámos finalmente ao Reino do Leite e do Mel em que todos os grandes problemas do concelho vão ser rapidamente resolvidos.

O Governo anunciou há poucos dias e de uma assentada, a extensão do Metropolitano a Stº. Antº. Cavaleiros e Loures e à Portela e Sacavém e a assinatura do contrato para a construção do Hospital de Loures.

Ou seja, pretende fazer-nos acreditar que resolveu em 3 semanas tudo aquilo que não fez em 4 anos…

Só se deixará enganar por estas manobras quem não tiver memória ou for suficientemente crédulo.

Caros amigos,

É necessário, daqui até Outubro, prosseguirmos e intensificarmos o trabalho de esclarecimento e contacto com a população, apresentando as nossas ideias e propostas.

É certo que não possuímos os meios de que os nossos adversários dispõem, mas temos a força da nossa razão e a convicção de que a vitória está ao nosso alcance.

A CDU reafirma hoje aqui que está disponível para gerir as autarquias do concelho de Loures, caso a população assim o entenda.

Viva a CDU!
Viva o Concelho de Loures!

Sem comentários:

Enviar um comentário